sábado, 24 de agosto de 2013

Porque não liguei pro mecânico?

Não liguei, não.

Quis comprar um novo carro é verdade.
Entretanto vidas conjuntas têm vontades opostas, quereres diferentes e em nome da boa convivência e camaradagem conjugal uma das partes precisa largar a corda a fim de que não se parta e bata na própria face.

Andando a pé iniciei uma nova jornada.
Observei lugares onde passei minha infância.
Casas nas quais não era bem vinda. As mais suntuosas, com efeito.
Ruas nas quais corri, joguei bola, cai de bicicletas de amigos.
Clube recreativo onde nadei, brinquei carnavais, onde fui barrada muitas vezes por causa das mensalidades atrasadas, comércios.

Andando a pé observei que os nomes de carros mudaram e muito,
Mas que as marcas de cigarro são basicamente as mesmas de quando brincávamos de “stop”
Pude ver que as pessoas continuam emporcalhando a cidade

Estando a pé pude perceber que tenho poucos amigos,
E o quão orgulhosas podem ser as pessoas.
Observei que algumas pessoas só se aproximam de nós quando precisam, mas quando precisamos...
Reaprendi a dar bom dia e boa tarde.
Bati papo com pessoas que não via há anos
Redescobri lugares despercebidos na correria
Tomei sol e fiquei mais corada e saudável
Conversei comigo mesma nas caminhadas
Aprendi a comprar menos

Andando a pé percebi que a vida passa rápido para quem tem pressa

Não ligarei pro mecânico, não.






4 comentários:

  1. É verdade e como estamos sempre com pressa não vemos o ypê florido e nem ouvimos o canto dos pássaros; o pôr do sol e a enorme lua. Coisas simples mas que fazem a felicidade de quem se sujeita a simplesmente observar.

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  2. Lendo o texto é impossível evitar a saudade que bate no peito, saudade da infância... do passado, sempre presente em nossas vidas.

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  3. Dicen que un vaso con agua por la mitad está medio lleno para unos y medio vacío para otros. Definitivamente, te encajas en la primera categoría cuyas personas tienen valor suficiente para enfrentarse a las adversidades de la vida con buen humor y determinación. A través de esta crónica en tono reflexivo paseé por las calles contigo y saludé personas que apenas guardo recuerdos. Reí de los carnavales y añoré las tardes en el “clube” con amistades ya perdidas. No pude dejar de pensar por unos minutos qué ha pasado con la gente que conocía, pero el tiempo apremia. El pasado nos ayuda a forjar quienes somos y decidir cómo queremos vivir el momento presente. Por tanto, el retraso del mecánico fue una oportunidad para reenfocar las prioridades al desenmarañar los aspectos de las personas que te rodean, los cuales son opacados en las tareas rutinarias. Luego recurrirás las calles nuevamente con prisa y te ocuparás con otros obstáculos. Sin embargo, la sabiduría con que enfrentaste este momento hizo toda la diferencia. ¡Que la paz esté siempre en tus acciones!

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