segunda-feira, 29 de abril de 2013

Coisas que aprendi

Com meu anjo Vitor:
Que a vida não tem script, não tem rascunho. Ela é o que é.
Que ser feliz é muito mais simples do que pensamos:  é ouvir a voz das pessoas que amamos, é estar junto delas, olhando-as, observando-as e sorrindo para elas. Sorrindo sempre.
É gargalhar das onomatopéias.
É ouvir mil vezes a mesma história e mil vezes rir da mesma coisa…”Então a mãe do Marcelo olhou pro pai do Marcelo e o pai do Marcelo falou…”(Ruth Rocha).
É gritar com vontade quando ouvimos a nossa música preferida, porque nos falta a fala.
É dancar com o pensamento quando nossas pernas não nos sutentam e o equilíbrio nos falta.
É comer mamão com papaya como se fosse o manjar dos deuses.
É acordar de madrugada sem sono e gargalhar, gargalhar e gargalhar.
É sorrir com os olhos.
É lutar contra todas as adversidades, sem preguiça.
É nunca ter mau humor.
É rir quando reza a Ave Maria, porque sente a presença de Deus.
É fazer da existência uma aventura memorável.
É isso.

sábado, 20 de abril de 2013

Depois da tempestade

Escolhi este título, pois tempestade foi o que moveu minha vida nos útimos meses.
Ufa, achei que ia pirar. A depressão sondando, tentando chegar de mansinho, como quem não quer nada. Desanimando, desgovernando, tirando a energia, tornando os dias todos uma sequência de fazer por obrigação. Tentando tirar o sentido de tudo. Roubando a serenidade, a sanidade, a vontade de viver.


Mas como diz uma pessoa muito querida "o universo conspira" e no meu caso a conspiração veio em forma de uma grande piora no estado geral de meu filho. As crises epiléticas retornaram com força total, remédios, remédios e mais remédios, resultando em uma sedação excessiva e levando-o a necessitar de alimentasção por sonda. Em meio a tudo isto, perdemos a querida Obá, que nos deixou de forma serena. Mas voltando à conspiração universal, a alimentação por sonda requer tempo, paciência e tranquilidade, ingredientes que faltavam na minha vida. Cada alimentação, que durava cerca de 40 minutos e era oferecida de duas em duas horas, era um exercício de paciência. A cada ml de alimento que passava pela sonda eu pensava: ele vai sair desta, ele vai voltar a comer. E eis que no dia 22 de dezembro o Pai Misericordioso presenteou-me com a retirada da sonda.


Devagarinho fomos reaprendendo: ele a comer e eu a cultivar a paciência.
(Texto escrito em janeiro de 2013)